A cada 15 dias, Patrícia Abravanel troca a segurança da companhia do pai, nas gravações do Programa Silvio Santos, para assumir o comando do Cante se puder, no SBT. Ao lado de Márcio Ballas, a "filha número 4" do apresentador mais famoso do país está à frente de uma atração em que artistas mostram suas habilidades vocais, enquanto são testados fisicamente. A fórmula da produção agradou ao público. No ar desde janeiro, o programa se mantém como um dos mais vistos do SBT e vai emendar uma segunda temporada na atual, ganhando mais 13 episódios, a partir de abril. A reportagem da Agência Folha acompanhou uma gravação do Cante se puder, que vai ao ar hoje à noite, às 22h30.
Do camarim do estúdio 2, no SBT, em um intervalo, Patrícia revelou ainda estar insegura à frente de uma plateia só sua. "Para mim, esse programa ainda é difícil. Tenho de interagir com muita gente, mas acho que é divertido e que segura mais tempo na programação", disse.
COMÉDIA
A apresentadora, de 32 anos, afirmou também ter se deparado com suas limitações, entre elas a comédia. "A Patrícia não tem dificuldade nenhuma. Na cabeça dela, ela acha que tem, mas é muito divertida”, contou Márcio Ballas, responsável pelas tiradas mais ácidas da atração.
Ciente de que está ganhando mais e mais espaço na emissora de Silvio Santos, Patrícia resolveu ter aulas com um professor de interpretação para se expressar melhor na TV. "É algo que eu levaria muito mais tempo para aprender.” Na gravação, a reportagem viu a dedicação do elenco às determinações do diretor Ricardo Mantoanelli. Patrícia diz estar compreendendo agora a sua responsabilidade. "Estamos a serviço do telespectador. A gente faz TV para o outro", afirmou.
Artistas enfrentam medos no palco
Ser atingido por substâncias pegajosas, ter de tocar em insetos. Participar do Cante se puder exige estômago forte e coragem. No palco, divididos em dois times, cada um com três candidatos, os famosos enfrentam seus medos em busca de prêmios que variam de R$ 5 e R$ 10 mil e, é claro, visibilidade na TV. Uma equipe de oito pessoas bola as gincanas e cerca de 25 ajudam nas trocas de cenário e limpeza do estúdio. "Quando está acontecendo a prova, é meio imprevisível. Tudo é bem ensaiado antes. Mas não com os participantes", conta Mariana Klinke, roteirista da atração.
Na estreia, em janeiro, Márcio, vocalista do Karametade, foi parar no hospital ao cair de cara no chão, por seu pavor de baratas e ratos. "O Cante se puder é o meu maior desafio como diretor. Fico com um olho no relógio e outro coordenando tudo", diz Ricardo Mantoanelli. As gravações duram mais de cinco horas, mas a atração fica menos de duas horas no ar.
Júri se diverte com participantes
"Esse programa é uma loucura." É assim que Lola Melnick, uma das juradas do Cante se puder, define a atração. Ao lado de Nahim, cantor famoso dos anos 1980, e da humorista Nany People, a russa se diverte ao avaliar os candidatos do reality show, que se submetem às mais variadas provas. "Aqui eu não avalio técnica, é um grande show."
"O Cante se puder não é feito só para cantores, não precisa ser afinado. Tem de vir aqui, dar um show e cantar, se puder", descreve Nahim, que vira e mexe costuma deixar a bancada para testar as provas.
Para Nany People, um dos diferenciais da atração é a cenografia. "Cada música ganha um cenário, uma produção bem detalhada. Se o artista não souber cantar, ele pode nos encantar com sua performance. O que vale é o conjunto da obra."
Fonte: Jornal Agora (SP)