Joyce Ribeiro participa da campanha Educar para Crescer

A jornalista Joyce Ribeiro, 32 anos, sempre soube a carreira que queria seguir. Na adolescência, enquanto seus amigos não tinham o menor interesse em ouvir os noticiários, lá estava ela, ao lado do rádio e da televisão em busca de notícias que pudessem saciar sua sede de informação. Os livros também foram seus grandes companheiros na busca por aprendizado. Talvez seja por isso que ela tenha sido uma aluna exemplar, daquelas que tem pavor de tirar nota baixa. "Acredito que uma pessoa com boa formação está mais próxima do sucesso, seja qual for a área escolhida. A educação, além de nos dar habilidades técnicas, nos ajuda a encarar os problemas e desafios da vida profissional e pessoal de outra forma e com outros olhos", diz a jornalista, que já apresentou o Jornal do SBT e o Boletim de Ocorrências, ambos do SBT. Foi com esse último, inclusive, que Joyce foi agraciada com o Troféu Raça Negra - Categoria Jornalismo Televisivo.

Acostumada a dar notícias sobre a realidade brasileira, ela acredita que nosso país ainda precise de muito investimento e planejamento no modelo educacional para que ele se torne exemplar. Ela também é da opinião de "que os pais são os principais responsáveis pela educação dos filhos e a escola dá o suporte necessário, auxiliando e orientando pais e crianças nas diversas fases do desenvolvimento." Veja a seguir tudo o que ela falou sobre o tema nesta entrevista para o Educar para Crescer:

Como foi sua formação escolar?
Joyce Ribeiro: Completei meus estudos em escola pública, municipal e estadual, somente quando fui para a faculdade estudei em instituição particular. Eu era uma boa aluna, gostava de estudar e tirar notas altas. Tinha pavor de ficar "pendurada" em alguma matéria por ter tirado nota baixa.

Por que optou em fazer faculdade de jornalismo?
Joyce Ribeiro: Desde muito cedo eu tive vontade de fazer jornalismo, gostava de assistir aos noticiários de TV quando meus colegas da mesma idade detestavam ter contato com notícias. Quando chegou a hora de prestar vestibular surgiu a dúvida: fazer aquilo que sempre sonhei ou buscar um curso para garantir mais segurança e estabilidade? Segui o coração e fiz o que sempre planejei: jornalismo. Essa foi uma época bem difícil e conturbada, como costuma ser para todos os

jovens.

Acredita que, como jornalista, possa ajudar a melhorar a educação no nosso país?
Joyce Ribeiro: Acredito que nós, jornalistas, podemos ajudar na educação a medida que um povo bem informado valoriza e busca melhores condições de ensino. Sendo assim, podemos entender que os jornalistas fazem parte deste processo. Um cidadão bem informado sabe exatamente o valor e a importância da educação na vida das pessoas e saberá cobrar estes direitos.

Você era uma jovem que lia bastante?
Joyce Ribeiro: Apesar de gostar de livros desde cedo, fui desenvolvendo o hábito da leitura com o passar dos anos. Esta é uma diversão que precisa ser estimulada, pois se perde facilmente entre tantos apelos da adolescência.

Quais seus livros prediletos?
Joyce Ribeiro: Vou citar os livros mais recentes: 1808, de Laurentino Gomes; Piaf - No baile do acaso, livro de memórias escrito pela cantora mesmo, Ingrid Betancourt - Não há silêncio que não termine, que é um relato da guerrilheira; e A cidade do sol, de Khaled Hosseini.

Acha que os jovens leem menos hoje em dia?
Joyce Ribeiro: Os jovens não gostam de ler, pois não recebem incentivos dos dois lados - dos pais e da escola. Encaram a leitura como uma penalidade, quando é exatamente o contrário. Imagino que o segredo seria encontrar uma forma de mostrar aos jovens que ler é uma delícia, uma diversão, tão bom quanto um filme, quanto a música que eles adoram e que é possível fazer um pouco de tudo.

O que pode ser feito para aumentar o índice de leitura entre os adolescentes?'
Joyce Ribeiro: Eu, como a maioria dos adolescentes, sempre achei péssima a "Leitura Obrigatória" nas escolas, achava horrível. Acredito que deixar o jovem escolher o que vai ler já ajudaria bastante, talvez sugerir uma lista com alguns títulos possíveis para que ele escolha o que prefere entre os citados pelo professor, já que alguns textos devem fazer parte do conteúdo.

Para ser uma boa jornalista, é essencial ter uma boa educação, uma boa formação cultural. Acredita que seja o mesmo para as outras carreiras?
Joyce Ribeiro: Sim, ter uma boa formação cultural é importante em todas as áreas de atuação. Um indivíduo com interesse pelas mais diversas formas de manifestação artística, será mais atento aos acontecimentos do planeta, do seu país, da sua cidade e do ambiente onde trabalha. Esta sensibilidade nos torna mais habilidosos no contato com as pessoas que nos cercam.

Fonte: Educar para Crescer (Editora Abril)