A trama é também temperada com cenas de tiros, explosões e amores proibidos. Maria Paixão é a protagonista interpretada por Graziela Schmitt. "Ela é forte, filha de um repórter comunista e luta pelos ideais de justiça e igualdade", resume a atriz. A personagem Maria Paixão é militante de esquerda e se enamora pelo agente da inteligência militar José Guerra, vivido por Claudio Lins. "Qualquer semelhança é uma mera coincidência", desconversa o autor. As diferenças ideológicas do começo acabam cedendo com o tempo.
E como nada é fácil em novela, Mário, companheiro de luta de Maria, vai brigar contra o relacionamento dela com José. "Mas ela tem mesmo de ficar com o personagem José", torce Gustavo Haddad, que interpreta Mário, o terceiro vértice do triângulo amoroso. Já os guerrilheiros que enfrentam o regime militar serão representados por Lúcia Veríssimo e Licurgo Spínola, respectivamente na pele de Jandira e Batistelli. Eles planejam assaltos, sequestros e serão responsáveis pelo assassinato de um militar americano.
"Amor e Revolução" marca o retorno à tevê de Patrícia de Sabrit, Claudio Cavalcanti, Jayme Periard e Marcos Breda. "É muito importante dar espaço para tantos profissionais aqui em São Paulo", defende o autor. Os personagens bissexuais e homossexuais têm destaque na trama. Luciana Vendramini será Marcela, uma advogada que nutre uma paixão não correspondida por sua amiga de infância Marina, vivida por Giselle Tigre. Carlos Artur Thiré interpreta Chico, um diretor de teatro que seduz rapazes sempre que bebe. Já o militar Fritz, vivido por Ernando Tiago, violenta suas vítimas e sodomiza seus prisioneiros masculinos. "A novela não tem só violência. Tem muito beijo na boca e muito romance. A violência real aconteceu de maneira muito mais intensa que mostramos. O horário permite este tipo de cenas. De toda forma é muito bom aferir o que o público acha delas", titubeia o autor, que tem a novela classificada para maiores de 14 anos.
Outra preocupação de Tiago é não ter compromisso de dar "aula de história" com o folhetim. "Ele tem histórias de amor que seguem as fórmulas de novelas. A diferença desta é que se trata da história brasileira há mais de 40 anos", justifica. Ele acrescenta que, apesar de se considerar sem partido, a produção não será tendenciosa. "Como novelista vou mostrar o que aconteceu. Ambos lados serão representados. Como democrata não posso defender uma ditadura. No núcleo militar temos personagens do bem e do mal. Na guerrilha também terão ações que gerarão polêmica", destaca. Tiago não tem dúvidas de que essa é uma novela em que, apesar do nome, o protagonista é o "coração". "A revolução é a luta contra a ditudura. A luta de um povo contra a opressão. Minha ambição e sonho é de que ela seja exibida no mundo todo", sonha.
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