O empresário e apresentador de televisão Silvio Santos pretende vender a rede Baú em até 90 dias, conforme antecipou reportagem do iG desta quarta-feira. A decisão de se desfazer da varejista faz parte do processo de reestruturação do grupo, iniciado após a detecção de fraudes no banco Panamericano, o antigo braço financeiro do conglomerado.
A intenção do Pão de Açúcar é ganhar fôlego na região Sul do país. O interessa da empresa é utilizar a infraestrutura do Baú para reforçar as operações do Ponto Frio, rede adquirida pelo grupo em 2009.
O Pão de Açúcar está em fase de avaliação das informações financeiras do Baú, processo conhecido como “due dilligence”.
O Magazine Luiza e a rede Mercado Móveis, as lojas MM, também apresentaram propostas, mas apenas por parte das unidades, segundo apurou o iG. Ao todo, o Baú possui 137 unidades em São Paulo e no Paraná.
A Máquina de Vendas, rede formada pela união das varejistas Insinuante e Ricardo Eletro, chegou a avaliar a disputa pelo Baú. Eles não teriam feito propostas por entender que o ativo está supervalorizado.
O Baú fatura cerca de R$ 400 milhões, mas possui um passivo fiscal estimado em R$ 200 milhões. Essa dívida era da Dudony, varejista paranaense comprada pelo Baú em 2009, e pode ser transferida para o novo dono da rede.
A rede de Luiza Helena Trajano negocia a compra das lojas do Baú na região metropolitana de São Paulo. Com forte presença no interior do Estado e do Paraná, ela não teria interesse na aquisição total da varejista.
Já a varejista paranaense fez uma oferta pelas 89 lojas do Baú no Paraná. Proporcionalmente, as ofertas do Magazine e da Mercado Móveis são maiores do que a do Pão de Açúcar, mas elas deixam de fora as lojas de rede de Silvio Santos no interior de São Paulo e em Minas Gerais, onde existe uma unidade.
O superintendente das lojas MM, Márcio Pauliki, confirmou ao iG que a empresa disputa as lojas do Baú. A empresa possui 152 unidades no Paraná e em Santa Catarina e tenta se defender do fortalecimento de um concorrente na região.
A Mercado Móveis fez uma proposta inicial por 55 lojas no Paraná, mas aumentou a oferta para a totalidade dos negócios no Estado quando soube que outras redes disputaram a aquisição do Baú.
Se conseguir fechar o negócio, a MM pretende repassar o ponto de cerca de 35 lojas. Além da sobreposição de lojas, muitas das unidades do Baú possuem metragem pequena, inadequada para a operação de grandes redes de varejo. As lojas da MM, por exemplo, possuem entre 500 e 4.000 metros quadrados.
O Baú utilizava boa parte das suas unidades para uma operação conhecida como “semivirtual”, ou seja, a empresa mantinha um espaço físico pequeno, com pouco estoque, focado na venda por catálogo. A maioria dessas lojas era da antiga rede Dudony.
Procurados pelo iG, o Magazine Luiza e o Pão de Açúcar não quiseram se pronunciar.
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